Antes de começar a analisar propriamente o filme, deixo minha tristeza pela forma como a Academia tratou a obra, que concorria apenas a melhor filme e a melhor canção original (Que foi o único Oscar que ganhou), o mesmo merecia sim mais destaque em outras categorias como Melhor direção e melhor ator, mas não adianta mais reclamar, vamos falar então desse excelente filme.
O filme faz um recorte da história dos afro-descendentes nos Estados Unidos nos anos de 1965 retratando suas lutas pelos direitos civis no estado do Alabama, onde os mesmos eram impedidos de votarem. E ai entra a figura do Pastor Martin Luther King (David Oyelowo) que liderava parte do movimento de reivindicação com o uso da não violência .
A obra foca nas marchas e manifestações realizadas entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, mas não se aprofunda em mostrar toda a vida do pastor como o seu assassinato por exemplo.
A obra foca nas marchas e manifestações realizadas entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, mas não se aprofunda em mostrar toda a vida do pastor como o seu assassinato por exemplo.
Ao todo foram três marchas, a primeira conhecida como "Domingo Sangrento", onde todos os postes de iluminação do lugar foram desligados e tropas avançaram contra os manifestantes, um deles Jimmie Lee Jackson, que fugiu do local com sua mãe e escondeu-se em um café próximo, acabou sendo morto, o que acabou gerando mais comoção e revolta.
E então no dia 7 de março de 1965 cerca de 525 a 600 manifestantes marcharam para o leste de Selma, no caminho tropas começaram a pressionar os manifestantes. Muitos foram jogados ao chão e espancados com cassetetes. Outra parte das tropas dispararam gás lacrimogênio, e a cavalaria tentava dispersar a multidão.
Essa cena em questão é uma das passagens mais chocantes, a direção faz uso da fumaça mostrando as forças policiais como figuras sem rostos, e o uso do chicote também remetendo a outro fato histórico lamentável que foi (ou é) a escravidão.
A direção do filme também acerta em humanizar seus personagens, pois sempre que olhamos para uma figura pública que é nos mostrada como herói esquecemos que a mesma também é uma pessoa, com seus acertos e falhas.
Dessa forma a obra retrata isso muito bem, como a cena em que Luther King, em um de seus momentos de tristeza e dúvida, recorre a uma música pra se fortalecer, ou quando áudios seus são entregues a sua esposa, neles Luther King traia a sua esposa com outras mulheres, mostrando assim suas fraquezas.
Dessa forma a obra retrata isso muito bem, como a cena em que Luther King, em um de seus momentos de tristeza e dúvida, recorre a uma música pra se fortalecer, ou quando áudios seus são entregues a sua esposa, neles Luther King traia a sua esposa com outras mulheres, mostrando assim suas fraquezas.
Selma é um desses filmes que te deixam desestruturado e pensando como as pessoas podem chegar a um nível de estupidez apenas por que algumas pessoas possuem mais melanina na pele e o que é mais constrangedor é que isso aconteceu apenas há 50 anos, e o mais triste é que ainda acontece hoje e não apenas nos Estados Unidos, mas também aqui no Brasil onde teoricamente "não existe preconceito".
No discurso do Oscar pela canção "Glory"(deixarei a canção no final da postagem), os interpretes alertam que Selma é agora, e comentaram sobre a população carceraria negra dos EUA que é a maior do mundo, nós estamos em quarto sei que para alguns isso é motivo de alegria ver gente sendo presa, mas isso é alarmante e precisamos acordar e perceber o quanto isso é nocivo a todos e que juntos devemos lutar por melhorias e não tentar mascarar o que é obvio.
Fica ai então uma dica de filme que precisa ser visto, um filme relevante, que te faz pensar e te mostra outras óticas além daquelas que você estar acostumado.
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